sábado, 24 de janeiro de 2015

São João da Lagoa MG

Sobre a cidade

São João da Lagoa é uma pequena cidade situada no Norte de Minas e sua população é de aproximadamente 5.000 habitantes (Fonte - Wikipédia) sendo que a maioria reside na zona rural e em comunidades.
As principais atividades econômicas da cidade são a pecuária e agricultura de subsistência, mas alguns chefes de família optam por trabalharem em cidades próximas e ter renda fixa.

Construções antigas que resistem ao tempo e abrigam famílias batalhadoras.

Motivo da viagem

Na minha opinião viajar é uma das melhores coisas do mundo, ainda mais quando a viagem trata se de uma ação solidária e você está disposto a servir da melhor maneira possível.
Doar parte do seu tempo em prol de quem precisa é uma forma genuína de gratidão.

O Convite

O convite partiu de uma amiga querida que faz parte da ONG Jeep Club evangélico e eu não resistí, por o pé na estrada e ajudar a quem precisa.
A viagem seria em quinze dias após ter recebido o convite, então eu tinha que correr com os preparativos e ainda por cima vencer o desafio de colocar tudo o precisaria em uma única mochila (tarefa nada fácil, hahaha.).


Desafio dado, desafio cumprido. E a prova está aí!


Chegamos na cidade por volta de 1:00 da manhã de sexta - feira. Precisávamos descansar, pois começaríamos os trabalhos por volta das 07:00.

A primeira ação aconteceu na comunidade Cabeceira de Inhauma, que é formada por pessoas que vivem da agricultura familiar. Os serviços oferecidos foram: Atendimento médico com doação de remédios, doação de roupas, cestas básicas, brinquedos, apresentação de teatro, dança, atividades especiais para as crianças.



Eu e minha amiga Jaice, prontas para alegrar as crianças lindas da comunidade Cabeceira de Inhauma.



Vegetação típica do Norte de Minas, onde o clima é seco e quente.



Crianças se divertindo a valer no pula - pula montado pela equipe jeep club.



Depois de organizarmos as roupas para a doação, uma pequena pausa antes do teatro.

Durante essa primeira ação além de participar do teatro e trabalhar com as crianças, também tive a oportunidade de auxiliar as manicurees. O que mais me chamou  atenção foi a alegria estampada no rosto daquelas mulheres simples e em sua maioria com marcas causadas pelo sol escaldante daquela região e o trabalho duro da vida no campo. Uma delas, sra Alice, me disse: "Me sinto muito feliz por vocês estarem aqui. É muito bom poder me consultar com um médico, cuidar um pouco da minha aparência e receber as doações, mas a minha alegria maior é por sentir o carinho que vocês demonstram mesmo não nos conhecendo. Nós vivemos isolados, trabalhamos duro pra conseguir sustentar a família e raramente temos uma oportunidade assim." Naquele momento meu coração transbordou de gratidão por tudo o que tenho e mais ainda pelo privilégio de servir alguém que precisa.

No decorrer de cada ação conversei com várias pessoas que sempre me indagavam sobre a cidade que morava e como era viver numa “cidade grande”. Muitos diziam que só conheciam cidades assim pela TV e que tinham curiosidade de um dia ver como realmente era. Já outros disseram que sabem das “coisas feias” que ocorrem nessas cidades e preferem ficar quietos onde estão.
Refletindo um pouco sobre esses diálogos cheguei a uma conclusão simples, mas de grande valia. Mesmo sofrendo privações de coisas materiais essas pessoas desfrutam de um sossego almejado e invejado por muitas pessoas abastadas. Elas vivem com suas a famílias em pequenos sítios, trabalham de sol a sol para garantir o sustento, mas afirmam se sentirem bem em seus “cantinhos”.

No mesmo dia também fizemos uma ação em outra comunidade próxima a São João da Lagoa no mesmo modelo da anterior e o destaque foi a Reijane uma moça que é manicure na cidade e talentosa por natureza. Ela auxiliou a equipe que faz pintura facial nas crianças com maravilhosos e perfeitos desenhos feitos à mão livre. Fiquei encantada com o talento, carisma e disposição para ajudar.

No dia seguinte a ação foi feita na comunidade Cocal e o destaque foram as crianças. Destaque pela quantidade que marcou presença no evento e também pela amorosidade.


Crianças lindas e amorosas. Não resistiram o colinho das “tias”.

Se fosse possível resumir essa viagem em algumas palavras elas seriam: Gratidão, amor ao próximo e aprendizado.
Sem dúvida foi uma viagem inspiradora e transformadora. Conhecer bem de perto as limitações de nossos semelhantes e poder de certa forma aliviar e suprir algumas de suas carências, mesmo que isso seja temporário, é algo impagável e um aprendizado para toda vida.

#MeSentindoGrata