quinta-feira, 2 de julho de 2015

Entre a Razão e a Emoção



Ainda me surpreendo ao perceber quão acirrada é a batalha entre a razão e emoção.
Apesar desta ser uma guerra natural e que existe desde sempre, ainda me causa arrepios ver e perceber seus efeitos.
Deveria ser no mínimo relativamente fácil falar sobre os sentimentos ou deixar transparecer sem relutância alguma o que há dentro do coração. Deveria ser simples e corriqueiro mostrar a outrem o grau de importância que o mesmo tem  em nossas vidas.
Poderia ser mais fácil escolher um caminho, uma direção. Mas nós somos seres humanos...
Seres humanos que em sua maioria "adestrou" os sentimentos, amarrou bem a espontaneidade e alimenta a ilusão de que assim está protegido contra a dor e a desilusão. Seres humanos que optaram pela zona de conforto ao invés de se arriscarem e correrem atrás de seus sonhos.

Façamos um breve retrospecto de sobre como chegamos a esse ponto.
Acredito que a maioria de nós não nasceu estrategistas natos e com o nível de razão acima da cabeça. Nos tornamos assim à medida em que acumulamos desilusões e decepções. De acordo com o que somos moldados pelo sofrimento  e forjados pelas dores que esse tal sofrimento nos causa ao longo da vida.
Como a emoção está diretamente ligada ao coração e a razão a mente, essa guerra não poderia ser menos disputada.
Confesso que na maioria do tempo o que me rege é a razão, mas nem sempre foi assim. Faço parte do grupo que foi moldado com o tempo.
A razão nos direciona para escolhas mais assertivas, nos faz pensar e criar estratégias, no entanto é a emoção que nos faz vibrar, nos faz sentir melhor, é ela mesma que nos faz arrepiar e permite que o coração dê pulinhos de alegria.

Um dia desses me vi literalmente paralisada enquanto acontecia uma guerra dentro de mim, minha razão brigava vorazmente com minha emoção e o impacto que isso me causou foi nítido.  Sendo eu uma criatura desenvolta e totalmente amiga das palavras, fiquei abismada ao perceber que minha própria fala havia me abandonado.
Foi angustiante. A emoção me cutucava: diga o que sente, seja autêntica e honesta com seus sentimentos. Já a razão era mais incisiva: se disser ficará vulnerável e eu não mais poderei te proteger.
Depois de certo tempo relutando eu decidi: que a emoção vença a razão quando a questão for meu coração!
Nos momentos seguintes eu me senti estranhamente e deliciosamente aliviada. Era como se o que eu sentia estivesse me sufocando. Sim, até sentimentos bons e bonitos sufocam quando não são libertados.
Continuemos usando a razão para: planejar, traçar estratégias e correr atrás de metas. Mas não permitamos que as sequelas do passado, as feridas ainda não cicatrizadas e o meio em que vivemos nos influenciem e nos imponham viver como robôs privados de sentir com autenticidade cada emoção.
Sejamos menos carrascos de nossos próprios corações e mais sinceros e honestos com nossos sentimentos.

Beijos e até a próxima!!!

4 comentários:

  1. Fico intrigado as vezes de como algumas palavras tem o poder de tocar o coração das pessoas, (o meu no caso), principalmente quando essas palavras vem de uma pessoa tão distante, mas que ao mesmo tempo parece estar tão próxima de nós, pelo simples fato de falar aquilo que estamos precisando ouvir. Não sei se me expliquei, não sou tão bom com as palavras assim hahahaha, abraços Simone!!

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    1. Edi, não me canso de dizer o quanto me sinto feliz em saber que minhas palavras tem "o poder de tocar o coração das pessoas". Derramo meus sentimentos em meus relatos e talvez seja esse o segredo.
      Abraços!!!

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  2. Você traduziu muito bem o que muitos de nós sentimos e desejamos mas não conseguimos fazer. Parabéns.

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  3. Muito obrigada!!!
    Nem sempre é fácil encontrar as palavras certas para expressar o que sentimos, mas se procurarmos com jeitinho as encontraremos em nossos corações.
    Abraços!

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